terça-feira, 25 de agosto de 2009

CORPO INCENDIADO

Os momentos breves do incêndio de corpos,
A sofreguidão das bocas,
A tua pela acesa entre as minhas mãos,
Voláteis.

As dobras ausentes dos corpos, arredondados,
Por fim a labareda das almas,
Como o crepitar do lume macio,
Em noites de frio intenso.

Esta combustão sem intervalo
De fogo preso, esta agonia de mundos
Silenciados.

Abro na tua pele uma cratera de fogo,
Qual insecto sedento de seiva
Seminal.

As coxas firmes, sedosas,
Sangram de prantos e de noite adiada.
Na tua boca murmurada,
Ouço a respiração rouca, outonal.

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