Meu Corvo mestre,
Teu manto de penas arrastas
Sobre o meu corpo despido.
Espero-te à noite
Já não faço sentido.
Estás bem alto na árvore do céu
Negro sangue é o teu. Que tenho bebido,
do cálice luminoso do tempo
que tenho tido. Do tempo das trevas,
te tenho ouvido.
Tiraste-me aquele pedaço de voz,
imerso na noite.
Onde as tuas asas falavam de versos,
por entre copos redondos de sangue.
Ouço ainda o barulho de chávenas
no toque das mesas.
Uma praia de luzes surge
esfumada no meu sonho.
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