Aves férreas,
metálicamente brancas,
descrevem um rio.
Voam doidas no estuário,
por entre os galhos
da ponte imponente.
Suspensas dos braços
do senhor cristo-rei,
defecam verticalmente no tejo.
A merda penetra nas águas profundas,
como uma seta na corrente.
Nas margens ergue-se o casario,
alucinado por carros velozes.
Tenho um air-bag na cabeça,
só não sei quando vai rebentar.
Toda a minha vida é um acidente,
sem pronto-socorro.
As aves reentram no meu sonho,
cagam-me de novo na cabeça.
As águas lodosas do rio,
entram nos ministérios.
- Eu vi ministros com pés de barro.
quarta-feira, 14 de outubro de 2009
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