terça-feira, 27 de outubro de 2009

(s/ título)

Até onde me levarão as paisagens?
Serão a floresta lúcida?
Ou uma alma adiada?
Interrogo-me,
Deixarei de existir,
depois de vertida a tinta sobre o papel?
Ou será tudo isto inútil?
A anunciada inutilidade da arte
consumar-se-à ao toque dos dedos
do leitor sobre a página?
O papel, esse, continua imaculado,
suspenso dos precipícios dos homens.
Que geografia absurda para o desencontro.
Não conhecerei os meus leitores, jamais.
E no entanto essa impossibilidade
constrói o ventre do poema.

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