sábado, 31 de outubro de 2009

SÁBADOS

Há um fio que prende a janela de sótão,
um carro que passa lá fora,
um apito de sábado no jornal sobre a mesa,
há uma névoa mortal que me envolve a cabeça.

Existe uma manhã nos flocos cereais
um torpor no corpo bebido
mais uma aresta da minha avenida
que tive ontem percorrida.

e antes de ontem,
a pé ou de fugida
todos os dias

e hoje imóvel
me detenho inteiro
com tal torpor verdadeiro.

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