domingo, 4 de outubro de 2009

PAPÉIS

As páginas amarelas da vida,
assaltam-me os sonhos.
Durmo de dia em razão do medo,
do escuro.
Deitado na cama,
os sapatos colados aos pés,
leitosos.
Uma luz vertical atravessa-me
a face ausente, sonhada.
O mundo desabou ontem,
com a estante dos livros.
A sala vazia inundou-se de folhas,
de um outono avermelhado.
Coloco o meu corpo num canto neutro,
redondo.
Tenho um livro colado ao céu-da-boca,
e pastagens edificadas na terra húmida.

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