quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Ainda...

Ainda com o dia por terminar, vou vagueando na cidade. Há embrulhos que ainda estão incompletos e as pessoas circulam em ritmo acelerado, congestionando as ruas do centro. Tudo numa enorme agitação de sacos com embrulhos e eu alheio a tudo: apenas uma ligeira sensação de embrulhos incompletos na cabeça. Enquanto isso, o ar cinza rubro vislumbra-se entre dois montes de casario. A cidade está cansada e ébria de movimento e de destroços de arvoredos finos e folhagens empapadas no chão da tarde rubra. Rubra de plátanos tisnando as ruas. Dirijo-me a casa aos tais embrulhos que me esperam. Subo num ápice a escadaria de pedra. Entro. A tempestade tinha subtraído a tampa da minha casa, como uma maqueta esventrada e haviam embrulhos nos ares como balões coloridos. A cidade, agora desenhava um céu em tons fauves e subitamente a tensão aliviava-se-me nas temporas.

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