segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

VINTE DE DEZEMBRO

um destes dias
sopram-nos ao ouvido
e há amigos que nos enchem o peito

o céu é de um azul frio
na flor do inverno
e as núvens de algodão doce
colam-se à penumbra da memória
subi quarenta e seis degraus
e agora, na crista do tempo
lanço-me na curvatura da onda audaz.

(escrito com a faca suja de creme do bolo repartido)

Nota do autor: não acredito no tempo, mas a eternidade faz-se de pequenos socalcos.

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