quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

ARENA RUBRA

Tenho os dedos doridos do papel
cortados na orla das palavras
tenho música em vez de sede
e uma fome sem verbo
bebo mais uma garrafa
até me rebentarem as águas
da manhã.

Dizem que o sol é excessivo
que mata fora da sombra
o matador bebe mais um copo de sangue
e eu acompanho-o na faena

inclino-me sobre o teu peito
e desenho pacientemente
os contornos de mais um poema
com a língua materna

2 comentários:

  1. Sem querer, o peito se funde na língua materna, e somos nós os meandros dessa fusão!
    Bem haja, Paulo.

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  2. Teresa, eu só sou um aprendiz.
    Obrigado pelo comentário.

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