Shostakovich desenha um imenso arco de sombra,
sob as neves eternas dos gulags.
Um arco que nos traz gelados: mãos e pés,
e uma alma que obstinadamente flutua.
Babi Yar com os seus trinta mil corpos de neve,
repousa na soleira firme da minha porta,
onde a vizinha de cabelos alvos me anuncia
um Largo que nunca mais parece acabar.
As estepes desfilam em reflexos,
no pára-brisas do meu carro,
reflexos de árvores descomunais.
E um alce de hastes ramificadas,
relembra-me na minha mão vasculada,
um punho levemente fechado.
sexta-feira, 13 de novembro de 2009
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