domingo, 22 de novembro de 2009

V

O firmamento desce-me até ao chão
da cortina.
Agora vejo à transparência
um projecto de noite.
Por detrás da cortina: o teu corpo
em sombras chinesas,
desenhado a tinta de carne viva,
o ecrã da tua pele em estreia absoluta
ondula em movimentos de braços
e pernas e ancas todo fragilidade
ou realidade ausente.

A arte: sim.
Pode libertar,
ou cegar-nos de vez.

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