Uma onda de meio metro
acaricia-me o peito e flutuo
no seu dorso macio,
vem depois uma onda de um metro,
a face de encontro à sua parede,
em aspiração marinha, a boca inunda-se,
em grupos as ondas engrossam
enrolam-se nos membros,
nas barbatanas emprestadas.
O mar agita-se e a onda sobe ao metro e meio
de massa corporal submersa,
e megulho por debaixo dela até a respiração
ofegante surgir e os músculos travem uma luta desigual
com a força do oceano.
Por vezes deslizo no teu lábio a uma velocidade
estonteante, desenhando um rasto de espuma no teu corpo.
Surge então uma onda de dois metros ou mais,
encapelada por cima dos olhos erguidos ao céu,
e a embarcação, uma pequena casca, salta-me das mãos,
desenvolvo então um bailado circular, sem ar no pulmão,
espero que a tua mão me alcance,
ansiado pelo teu corpo doirado na toalha, que não avisto,
sinto-me como náufrago, uma coluna de água entra furiosa
na minha alma e lá vem a onda dos três metros de salvação.
sábado, 14 de novembro de 2009
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